«LUA EM FLOR», de LURDES BREDA
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Muito se poderia dizer sobre LURDES BREDA (Montemor-o-Velho) mas, sumariamente, diremos que é uma escritora extremamente criativa e sensível, que tem escrito essencialmente livros infantis (“O Piolho Zarolho e o Arco-Íris da Amizade”, “O Alfabeto Trapalhão”, “Para ti, Pai”, O Rap do Mar e outros contos de rimar”, “Para ti, Mãe”, entre outros), colaborado na revista literária online “Livros & Leituras” e em jornais de âmbito local e regional, tem ganho prémios em diversos certames literários, participa frequentemente em actividades de promoção da escrita e da leitura, nomeadamente, junto de escolas e é membro d’ “Grupo Poético de Aveiro”.
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O seu último livro, “Lua em flor” (edições vieira da silva, 2012), dirigido a um público juvenil e adulto, apresenta-se, numa coesão temática, estruturado em quatro fases: “Lua Nova”(«Tenho pressa de ver a lua/ a namorar os gatos no telhado./ Coxas entreabertas, Sensuais./ As estrelas já são quase mulheres»), “Quarto Crescente”(«Um lírio do campo,/ uma gota de chuva,/ o teu corpo de poema/ escrito no luar”»), “Lua Cheia”(«O fogo de um beijo/ incendeia a lua, / oculta, sob as asas das fadas.») e “Quarto Minguante(«Sobre o vento da terra,/ que os lábios beijam,/ nascem promessas/ de sonhos anoitecidos/ em pétalas de luar.»)”.
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Numa breve introdução a esta obra de Lurdes Breda, diria difícil encontrar palavras para dela falar, de tão bela. Alternando prosa e poesia, o discurso é sempre poético e sensorial, abordando a temática amorosa nas suas variantes e metamorfoses: o amor como o nascer, o findar e o renascer de uma flor, como as diversas luminosidades emanadas da lua.
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É, pois, o dizível amoroso que se transporta para as palavras da escritora. Os primeiros textos são disso exemplo: um conto de amor, no imaginário de um concerto em palco em que ela se expõe e ele a vai acompanhando e enlaçando: «Apenas não eram aquela orquestra nem aquele palco (…) Só o corpo dela se manteve, até agora, abrigado no meu abraço». A «música» desse concerto, deste amor, vai pontilhando o conto, ao ritmo e ao compasso dos acordes instrumentais e dos rumores da natureza (lento, andante, moderato, allegro, vivace), como se da vida e das emoções da personagem se tratasse: «Os melros assobiavam, escondidos nos ramos dos salgueiros. A harpa ouviu-se, a solo. Emudecidos, os violinos quedaram-se, à escuta. A água do rio gargalhava e saltava de pedra em pedra. Harpa em crescendo. Cascata líquida.»
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1 comentário:
Fiquei curiosa.
Obrigado pela sugestão.
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