10 de setembro de 2007

LEITURAS # 16

OVELHAS NO NEVOEIRO

As colinas descem sobre a brancura.
Pessoas ou estrelas
Olham-me tristemente, desaponto-as.

O comboio deixa o traço da sua respiração.
Oh lento
Cavalo cor da ferrugem,

Cascos, guizos de dor –
Toda a manhã a
Manhã tem vindo a escurecer,

Uma flor posta de lado.
Os meus ossos ganham imobilidade. Campos
Distantes suavizam o meu coração.

Ameaçam
Deixar-me entrar para um paraíso
Onde não há estrelas, não há pais, secreta água.


Sylvia Plath, Ariel

7 comentários:

Zénite disse...

Gosto muito da Sylvia Plath.
Cedo os deuses a levaram para junto de si. Por muito a amarem, como diria Menandro.

Abraço e boa semana, amiga.

bookworm disse...

há muito que desejo conhecer a obra de sylvia plath. obrigada por este aperitivo

vieira calado disse...

Excelente composição poética.
Obrigado pela sua visita ao meu blog e pelas palavras.
Boa semana.

© Maria Manuel disse...

conheço pouco a sua poesia, mas do que conheço gosto muito, ainda quando tenho dificuldade em entendê-la ou a sinto mais inquietante (não sei, porém, se o entendimento racional pleno de um poema é necessário à sua fruição, ao seu apreço...).

alex, fico contente por teres encontrado aqui um início ;)*

zénite, abraço e boa semana!

vieira, obrigada e boa semana para si!

Graça Pires disse...

Um poema triste de Sylvia Plath.
"Pessoas ou estrelas olham-me tristemente, desaponto-as".
Tantas vezes nos sentimos assim.
Um beijo.

Stella Nijinsky disse...

Olá

Quando comecei a ler o poema (sem ver, ainda, em baixo, de quem era), fiquei impressionada pois achei realmente muito bom. Depois vi que não era teu mas não fiquei menos convencida!

Não sei se é "ao fundo" que as palavras estão neste blogue!!!
Stella

© Maria Manuel disse...

Graça, verdade que sim... esses versos também me tocaram muito.
bjo.

Stella, muito obrigada pela visita e pelas palavras!